O Dia Internacional de Jerusalém é um evento anual que ocorre na última sexta-feira do mês sagrado do Ramadan, o qual tem como objetivo principal a mobilização em torno da luta do povo Palestino.
A origem dessa celebração remete ao mês de julho de 1979, quando o Líder da Revolução Islâmica do Irã, Imam Khomeini, declarou que este dia deveria ter como enfoque a solidariedade aos palestinos e, também, o apoio a todos os oprimidos contra os seus opressores.
Apesar de o chamado inicial do evento ter sido direcionado aos mulçumanos, no decorrer do tempo, a ocasião adquiriu caráter universal e ocorre em diversos países do mundo, inclusive nas capitais ocidentais.
Neste ano de 2024, os protestos ocorreram no dia 5 de abril, bem como no fim de semana subsequente. Diante da conjuntura marcada pelos crimes cometidos contra o povo palestino na Faixa de Gaza, as manifestações adquiriram caráter radicalizado e de revolta.
Ocorreram marchas multitudinárias em diversos países ao redor do mundo, tais como: Irã; Iemên; Oman; Jordânia; Bahrein; Síria; Líbano; Nigéria; África do Sul; Malásia; Indonésia; Canadá; Estados Unidos da América; Reino Unido, Turquia; Áustria; Itália; Índia; dentre outros.
De acordo com a Agência Libanesa Al Mayadeen, na Faixa de Gaza, apesar dos bombardeios incessantes e da destruição generalizada, diversos artistas se mobilizaram para pintar murais em homenagem à determinação e à resistência do povo palestino.
Segundo o canal Breakthrough News, na cidade de Nova York, milhares se reuniram na Times Square e marcharam pela cidade, exigindo um imediato cessar-fogo na Faixa de Gaza e o fim da opressão do povo palestino. Diversos manifestantes expressaram seu repúdio às atrocidades cometidas contra os palestinos e, dentre os gritos de guerra proferidos, destacam-se: “Resistência é justificada, quando se sofre ocupação” (“Resistance is justified When people are occupied”); “Dilúvio de Al Aqsa, dilúvio de Al Aqsa, estamos com a Intifada” (“Flood Al Aqsa, flood Al Aqsa, we are with the Intifada”); “Só há uma solução: intifada, revolução” (“There is only one solution, intifada revolution”).
Os discursos em Nova York foram bastante acalorados em defesa do povo palestino e de sua resistência, bem como em críticas ao governo Biden, por ser parceiro do genocídio. A representante da coalisão A.N.S.W.E.R, disse: “Hoje, no Dia de Jerusalém, aqui e ao redor do mundo, nós afirmamos que nos colocamos firmemente com a Palestina e com a resistência. Nós não estamos apenas nos levantando pela Palestina e para Gaza, Gaza está se levantando por nós, Gaza está se levantando pelo mundo. A população de Gaza e a população da Palestina está sacrificando tudo pela sua libertação nacional”. Durante a passeata, uma enfermeira brasileira chamada Miriam foi entrevistada e disse: “Estou aqui no protesto com meus colegas do setor de saúde da Cidade de Nova York, e também como brasileira e pagadora de impostos.” E completou, dizendo que “o presidente Lula disse claramente que o que está ocorrendo na Palestina é um genocídio. Então, como brasileira, estou aqui para ecoar as palavras dele também.
Segue abaixo o vídeo com a cobertura completa da marcha em Nova York.
No Brasil e na América Latina, infelizmente, as mobilizações ocorreram em escala bem menor, comparativamente a outras regiões do mundo. No Brasil, houve atos no Rio de Janeiro e em São Paulo.
No dia 7 de abril, realizou-se, em Caracas, na Venezuela, o Festival Cultural Voces por Palestina, no qual poetas, artistas, músicos e fotógrafos expuseram, através da arte, sua solidariedade ao povo palestino e denunciaram as atrocidades cometidas na Faixa de Gaza.
Em última instância, há quarenta e cinco anos, o Dia Internacional de Jerusalém se constitui em uma importante data no contexto do apoio à Causa Palestina e à luta dos povos oprimidos e, neste ano, se inseriu no conjunto das mobilizações globais que demandam o fim da carnificina perpetrada na Faixa de Gaza e o apoio incondicional aos palestinos e à sua justa demanda por libertação, autodeterminação e retorno às suas terras.
Crédito da imagem principal: iqna.ir.